segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O mundo das sub celebridades

Com a corrida tecnológica e os mais diversos tipos de sites surgindo por aí, é meio irreal você não ter o que fazer na internet. Apesar de achar que as coisas são iguais por seguirem o mesmo padrão, a movimentação da informação tem mudado o rumo dos acontecimentos.
A globalização é muito mais perceptível por esse meio comunicacional e por cada um poder mostrar plenamente o que vem na sua cabeça, um surto de criatividade surge e se renova a cada dia que passa.
Sites de textos, vídeos, músicas autorais, dicas de filmes, como você deve se portar em um encontro, como seduzir seu parceiro, etc. Você pode se expôr do jeito que bem entender e isso alcança dimensões nunca antes vistas por qualquer meio comunicacional. A internet é uma das maiores revoluções que já aconteceram no mundo globalizado e concretiza o seu ideal com o compartilhamento em tempo real de informação e muito besteirol.
Assim como a internet facilitou imensamente o acesso ao conhecimento, abriu portas pra produção de um lixo cultural nunca antes visto.
Enfatizo aqui a produção das micro celebridades. Nas situações atuais, qualquer um com sua página na internet, já se sente mais.. digamos assim, "vistos". Ser virtual passou a ser critério de inclusão social.
E aí, começaram a surgir as modinhas, inicialmente com propósitos de comunicação simples. O "orkut" e o "facebook", por exemplo, para aproximar pessoas que estão distantes, reencontrar amigos de infância ou apenas conhecidos. Só que diferentemente do email que também tem o propósito de comunicação simplificada entre emissor e receptor, esses sites, por serem públicos e de acesso fácil iniciaram uma exposição exagerada do ser.
Após isso, a criação de sites mais intimistas foi a continuação da superexposição. O "twitter" que, de início, parecia ter o propósito de ser um microblog focado em notícias rápidas, se tornou o diário de muita gente por aí. E, fugindo do radicalismo e do fundamentalismo, não nego o quão divertido pode ser navegar nesses sites. Situações engraçadas, novidades na cidade, no mundo... os "sites intimistas" (me permiti chamar assim), fizeram com que os famosos mostrassem sua personalidade comum, como de qualquer mero trabalhador e os cidadãos comuns achassem uma maneira de se destacar nesse mundo em que todo mundo parece igual. Eis que acontece a troca das personalidades. O mundo globalizado permite você se encaixar em qualquer grupo social, se assim conseguir. Isso causa uma espécie de euforia geral, todos em busca da fama. Mesmo que seja só no seu colégio ou no seu ambiente de trabalho, ou o desejo mais simples ainda, que o exposto no tal site seja motivo de piada com os amigos... todo mundo quer meter a boca no mundo. E acho isso um fenômeno e tanto.
Ultimamente teve o estouro do site mais intimista que já vi, o "formspring.me". Esse ainda estranho completamente. As pessoas aceitam responder perguntas de anônimos ou até mesmo de conhecidos e me permito enfatizar... qualquer pergunta.
Estranho por isso ser uma completa exposição da vida pessoal. As pessoas se sujeitam a responder sobre os seus podres e confirmar a fama que as más línguas lhes inserem. É um desprendimento da privacidade. Parece-me que todos querem que sua vida seja um reality show.



Novas ferramentes de exposição ainda estão por vir, certamente. Porém, questiono o rumo que tudo isso leva, se isso forma mentes sãs e não simplesmente alienadas nessa onda tecnológica. Medo de me tornar escrava de robôs. Mas isso é só uma mente fértil demais acostumada a ver filmes catastróficos sobre a espécie humana... afinal de contas, levar tudo muito a sério, é chato demais.

2 comentários:

  1. O ser humano tem vários níveis de consciência e múltiplas personalidades. Faz parte da nossa natureza estranha. E agora que nós estamos em uma era onde existe essa facilidade de demonstrar as coisas de uma maneira assim, como eu posso dizer, não tãao comprometedora,as pessoas lógicamente se fazem com isso. É engraçado até, pq várias coisas que nós não fazemos no mundo real, fazemos no mundo simulacional, e ningém escapa, por mais que achem que não. Olha só, a gente é um bom exemplo, salvo uma vez, nós nunca nos falamos na sala, mas estamos nos falando aqui! hehehehe.

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