terça-feira, 25 de dezembro de 2012

me lembro que odiava o natal quando criança. achava um dia de nostalgia extrema. talvez fosse um anúncio do que viria adiante. a impossibilidade de lidar com tanta significância. no fim, eu odeio o natal, porque sou escrava dos simbolismos. além do problema de ansiedade. de querer estar junto com as pessoas queridas e que tudo seja perfeito. nunca é. não sei lidar com as minhas próprias expectativas. e de magia volta à nostalgia extrema, ao coração apertado. mas, há um simbolismo especial no natal que com certeza não é magia, mas só grandiosidade das pessoas ao meu redor - a benevolência. só é encontrada quando coisas são postas à prova. besteiras são feitas, impulsos possuem. mas a lealdade põe a benevolência em prática. nesse natal continuo nostálgica, com o coração apertado, ansiosa e pensando em muitas coisas de um ano tão difícil que passou. mas eu vi o que é o amor. não foi a primeira vez, mas talvez a mais significativa. até que ponto o outro pode ser tão significante que consegue dividir o peso da existência com outra pessoa? o peso da culpa, dos erros. ninguém gostaria de dividir isso. mas há quem divida. e esses que dividem que são anjos. o resto do caminho não sei como trilhar. mas já sei que existem anjos de natal. não sei no que acredito, mas há algo de cósmico nessa existência. um tanto de aprendizado que cansa, perturba. mas eleva. talvez isso seja religiosidade. ou maturidade. os limites continuam tênues.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Devaneios

Esses são dias que valem a pena. De riso frouxo, danças desconexas, sempre livres. Dias de beber até de manhã, rir do ridículo e de todas as suas possibilidades. Rir de nós mesmos. Dias de estar com os amigos e amá-los tanto que lembra durante toda a semana dos dias maravilhosos que se passaram e continuam. Das aventuras e disputas sem nexo que só o espírito jovem consegue entender e apreciar. Dias de amar tanto que até saber o tipo de frango que a pessoa comeu no almoço é interessante. Dias de deitar e agradecer. Porque tudo é são, desconexo e jovem. A juventude - não a da idade, mas a do espírito - é tão grandiosa quanto se pode imaginar. Porque a vida não se perde, se descobre, fantasia, reconstrói. No fim, as velhas histórias sempre serão as mesmas. Principalmente os amores. Mesmo que findos, são jovens.

domingo, 22 de abril de 2012

Reflexões de uma mente do mundo atual

O que nos cerca?

São dias estranhos. Dias de estranhamento. Dias de surto. Dias de vazio em um mundo cada vez mais complexo.
Ligo o Media Player e aciono a lista de músicas mais melancólicas. Mas não totalmente triste. É só aquela reflexão que continua a perseguir: Será o pós-modernismo vindo de encontro? Me sinto cada vez mais dentro dos meus livros e isso também incomoda - perco o distanciamento necessário para a pesquisa.
De repente percebo uma segmentação exagerada. Como entender o mundo senão na sua completude? Por isso o estranhamento com as pesquisas - o objeto deve ser cada vez mais recortado e identificado, enquanto todo o resto insiste em querer provocar outras reflexões.

(...)

Hoje o dia é calmo. Apesar das notícias. Alguém com depressão, outra pessoa se suicidou, um filme no qual os personagens têm fobia. É o mal do século? Depressão, câncer, e as pessoas não param de falar sobre o que tá passando na televisão.
Entendo e não julgo. Porque o dia está calmo. É a confortável sensação de respeito e reconhecimento. Reconhecer o outro é o passo fundamental para as pequenas e grandes mudanças. É por isso que é tão difícil isso acontecer de forma geral, porque exige tempo, paciência. É necessário considerar a subjetividade.

A insustentável leveza do ser. E o peso. E os opostos. Como se dá? Até onde vai? Nada é o fim, tudo é (des)construção. Que a mente inquieta ache caminhos. E encontre a sua liberdade.