quinta-feira, 9 de abril de 2009

No leito.

Eu não falo na luz do fim do túnel.
Falo de olhares que se encontram, formando um só caminho de luz.
Por que as pessoas confudem aquela idéia de morte com a visão de uma luz no fim do túnel?
A verdade é que não existe túnel!
Eu estou morrendo e nunca houve túnel.
Túnel é arredondado, sem declinações e deslances.
Minha vida nunca foi um túnel.
Minha vida sempre foi como é agora, uma janela que, ora se manifesta como abertura, liberdade, ora se manifesta como grade, prisão.
Quando falo do encontro dos olhares, a janela continua se manifestando como duas. Pode ser aquela luz irradiante, metaforizando vida e sensação boa. Mas também... ah, também representa uma luz que cega, que sufoca, que quer se livrar do olhar do outro.
Nessa segunda visão, eu geralmente me vejo possuindo do outro olhar e assim, deixando de ter o meu.
Pela minha saúde de volta, eu não posso perder a única coisa que dizem ser o meu encanto! Eu preciso de um encanto pra poder morrer em paz!
Pra que, pelo menos, no meu último adeus, quando forem se despedir de mim, despeçam-se olhando fixamente pros meus olhos fechados lembrando de quanta vida já existiu ali. Vida que irradia, metaforiza vida e sensação boa. Não quero vida grande, vida prisão. Quero não.

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