O que nos cerca?
São dias estranhos. Dias de estranhamento. Dias de surto. Dias de vazio em um mundo cada vez mais complexo.
Ligo o Media Player e aciono a lista de músicas mais melancólicas. Mas não totalmente triste. É só aquela reflexão que continua a perseguir: Será o pós-modernismo vindo de encontro? Me sinto cada vez mais dentro dos meus livros e isso também incomoda - perco o distanciamento necessário para a pesquisa.
De repente percebo uma segmentação exagerada. Como entender o mundo senão na sua completude? Por isso o estranhamento com as pesquisas - o objeto deve ser cada vez mais recortado e identificado, enquanto todo o resto insiste em querer provocar outras reflexões.
(...)
Hoje o dia é calmo. Apesar das notícias. Alguém com depressão, outra pessoa se suicidou, um filme no qual os personagens têm fobia. É o mal do século? Depressão, câncer, e as pessoas não param de falar sobre o que tá passando na televisão.
Entendo e não julgo. Porque o dia está calmo. É a confortável sensação de respeito e reconhecimento. Reconhecer o outro é o passo fundamental para as pequenas e grandes mudanças. É por isso que é tão difícil isso acontecer de forma geral, porque exige tempo, paciência. É necessário considerar a subjetividade.
A insustentável leveza do ser. E o peso. E os opostos. Como se dá? Até onde vai? Nada é o fim, tudo é (des)construção. Que a mente inquieta ache caminhos. E encontre a sua liberdade.
solidões compartilhadas
Há 6 anos